Requiem aeternam dona eis, Domine,
Exaudi orationem meam
Sobre o assunto em epígrafe, constatei que a carta que enviei aos «Amigos da Cultura» foi colocada on-line no blogue do movimento. Muito bem! Mas há qualquer coisa que não bate certo. Afinal o meu primeiro "post" sobre esta petição é do dia 12 de Março e até ao momento aquela petição só foi subscrita por 11 pessoas?! Que se passa? Será que o desmantelamento e o futuro incerto do espólio do Museu Nacional da Ciência e da Técnica (MNCT), não são razões mais do que suficientes para assinarem aquela petição? Não é uma forma de mostrarmos que não concordamos com este assassinato cultural? Não devemos tentar deter mais um crime contra a CULTURA PORTUGUESA?
Para que fique na História, para quando ela um dia nos julgar a todos. Quero deixar uma palavra de apreço a dois Professores da Universidade de Coimbra, para os quais este assunto não passou despercebido. Refiro-me aos Professores Sá Furtado (Professor Catedrático Jubilado da FCTUC) e Reis Torgal (Professor Catedrático da FLUC). Obrigado pela vossa lucidez.
Transcrevo um texto do Professor Reis Torgal num fórum universitário, em 2003, altura em que o desacato começou verdadeiramente. O MNCT ficou no limbo, mas não foi desmantelado como parece ir acontecer agora. Naquela altura ainda foi evitado o pior, porque acabou por ser indigitado o Professor Paulo Gama da Mota para director do MNCT, agora com a designação suplementar de Dr. Mário Silva. Imagine-se! Embora naquela altura tenham assassinado o Instituto para a História da Ciência e da Técnica, que tinha sido criado em 1999 junto do MNCT, por intermédio do Professor Mariano Gago, então ministro da tutela. Como o texto continua actual, aqui fica:
"Caros colegas,
Fico impressionado com a indiferença com que os universitários e a academia aceitaram a extinção do MNCT, idealizado pelo Prof. Mário Silva (demitido por Salazar em 1947), museu esse que, na verdade, tem passado por uma vida atribulada e que, apesar de tudo, ultimamente, dava uma certa imagem de dinamismo. Que eu saiba, e independentemente do apoio que cada um, eventualmente, terá dado a um manifesto que por aí correu, só eu (permitam-me a referência), o antigo director, Prof. Paulo Trincão, e o Prof. Sá Furtado viemos a público, de forma mais ou menos polémica, para falar sobre o assunto, no "Diário de Coimbra". O Magnífico Reitor também se referiu ao caso, embora apenas a propósito da possível ligação do MNCT à Universidade, ideia essa que (a meu ver bem) repudiou. Todavia, para além da Universidade, houve algumas vozes dispersas que protestaram. Nestas situações o que impressiona não é a variedade de opiniões, mas o silêncio. É como se o MNCT não nos dissesse respeito, como professores e investigadores, ou como estudantes ou trabalhadores da Universidade. Será assim?
Um abraço para todos
Luís Reis Torgal"
Fico impressionado com a indiferença com que os universitários e a academia aceitaram a extinção do MNCT, idealizado pelo Prof. Mário Silva (demitido por Salazar em 1947), museu esse que, na verdade, tem passado por uma vida atribulada e que, apesar de tudo, ultimamente, dava uma certa imagem de dinamismo. Que eu saiba, e independentemente do apoio que cada um, eventualmente, terá dado a um manifesto que por aí correu, só eu (permitam-me a referência), o antigo director, Prof. Paulo Trincão, e o Prof. Sá Furtado viemos a público, de forma mais ou menos polémica, para falar sobre o assunto, no "Diário de Coimbra". O Magnífico Reitor também se referiu ao caso, embora apenas a propósito da possível ligação do MNCT à Universidade, ideia essa que (a meu ver bem) repudiou. Todavia, para além da Universidade, houve algumas vozes dispersas que protestaram. Nestas situações o que impressiona não é a variedade de opiniões, mas o silêncio. É como se o MNCT não nos dissesse respeito, como professores e investigadores, ou como estudantes ou trabalhadores da Universidade. Será assim?
Um abraço para todos
Luís Reis Torgal"
2 comentários:
Caro JP
Assinei a petição e estou a divulgá-la no meu blogue.
Cumprimentos
Caro João,
Ainda bem que pensa como eu e cumpre o seu dever. Infelizmente não podemos dizer o mesmo de muita gente informada, e aparentemente culta, a quem este problema nada diz.
Abraço,
JP
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