Olhava para a podoa que aqui tenho à minha frente, quando me lembrei da história que o meu pai me contou. Também a escreveu no Memorial de Vide:
«O Dr. Joaquim António de Mascarenhas escreve no seu livro “Vide”:
"Alexandre Herculano (um dos nossos maiores historiadores e escritor), agricultor, residente na Quinta de Vale dos Lobos, concelho de Santarém. Era pároco na sua freguesia, Azóia de Baixo, o padre Francisco Ribeiro Costa Nobre, Tio de Joaquim Ribeiro Costa Nobre, que lhe dirigiu as seguintes palavras:
“Olha rapaz, leva esta podoa para tratares as videiras e as oliveiras”.
"Alexandre Herculano (um dos nossos maiores historiadores e escritor), agricultor, residente na Quinta de Vale dos Lobos, concelho de Santarém. Era pároco na sua freguesia, Azóia de Baixo, o padre Francisco Ribeiro Costa Nobre, Tio de Joaquim Ribeiro Costa Nobre, que lhe dirigiu as seguintes palavras:
“Olha rapaz, leva esta podoa para tratares as videiras e as oliveiras”.
O professor Joaquim Ribeiro Costa Nobre veio para a Vide, como professor, em Abril de 1877, indo habitar a casa do seu Tio prior, na Quinta da Venda. A podoa de Alexandre Herculano, continua a trabalhar ainda hoje, nas mãos do seu proprietário, em Vide».
O meu pai herdou-a do tio Joaquim Ribeiro Nobre. Assim, uma podoa igual a tantas outras na forma, tem, no fundo, um valor inestimável. Foi afinal a podoa do agricultor, do "ilustre solitário de Vale de Lobos". Em contraponto com "o historiador da nacionalidade portuguesa e da Inquisição em Portugal, o romancista do Monasticon, o poeta da Harpa do Crente, o profundo pensador, o sábio arqueólogo, o paciente erudito, o crítico penetrante, o valoroso trabalhador, o grande artista, o inimitável mestre". Pois segundo o amigo Ramalho Ortigão, na sua Grande obra "As Farpas", vol. III, "Os que houverem de julgar na história essa poderosa personalidade terão de considerar que dois cidadãos, inteiramente diversos, existiram na terra, sucedendo-se um ao outro no indivíduo daquele nome (Alexandre Herculano)".
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Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo, (28 de março de 1810, em Lisboa — 13 de setembro de 1877, em Vale de Lobos, Santarém), escritor romântico e historiador português. É um dos grandes escritores da geração romântica, desenvolvendo os temas da incompatibilidade do homem com o meio social e experienciando a dimensão ética do escritor face à incompreensão do mundo...
Alguns títulos da sua vasta obra:
A Voz do Profeta (poesia) - 1836; A Harpa do Crente (poesia) - 1838; O Fronteiro de África (teatro) - 1838; Os Infantes em Ceuta (teatro) - 1842; O Bobo (romance histórico) - 1843; Apontamentos para a História dos Bens da Coroa e Forais - 1843/44; Eurico, o Presbítero (romance histórico) - 1844; História de Portugal (4 vols) -1846/1853; O Monge de Cister (romance histórico) - 1848; Poesias - 1850; Lendas e narrativas (novelas) - 1851; História da Origens e Estabelecimento da Inquisição em Portugal - 1854/1859; Estudos sobre o Casamento Civil - 1866; Portugaliae Monumenta Historica - 1856/1873; Opúsculos (10 vols) - 1873...
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