O que aqui é relatado é de uma gravidade sem precedentes. Com base nestes factos é caso para dizer que as suspeitas de corrupção já atingem organismos que deveriam estar acima de qualquer suspeita. Depois de cerca de 40 anos em que Portugal progrediu exponencialmente no sistema público de educação e de investigação, contribuindo decisivamente para o progresso do país analfabeto e campónio que o 25 de Abril encontrou, tirando-o de décadas de atraso atávico, face aos seus parceiros europeus, eis que em três anos um governo de putos irresponsáveis o decide atirar novamente para um passado que queríamos todos ver esquecido e enterrado. Se justiça existir, estes traidores terão que ser um dia severamente castigados por todos os males causados a Portugal.
Eis o texto que recebi do sindicato dos professores do ensino superior. Os escritos entre parêntesis são meus:
Mais um embuste do Ministro (do Erro) Crato. Mais uma machadada no ensino e na investigação.
Prepara hoje a FCT uma cerimónia de pompa e circunstância para a assinatura dos contratos de investigador FCT. Tanto quanto se sabe, cerca de 200 investigadores terão sido contemplados com um contrato de financiamento (acrescento eu que concorreram cerca de 1500 candidatos!).
Aparentemente, tudo estaria bem e o Ministério poderia alardear que prossegue uma política de seleção dos “mais talentosos e promissores cientistas, em todas as áreas científicas e nacionalidades”. Mas a pressa de mostrar qualquer ação para esconder a política de destruição do sistema de ensino superior público e da investigação revela a política desnorteada deste ministro, que atropela as mais elementares regras de transparência e justiça.
Assim, vejamos:
1) Foi publicada a lista de investigadores, mas sem qualquer ordenação com base nas suas classificações.
2) Não se conhece a composição do júri nacional que fez a pré-seleção que, obviamente, determina os candidatos que foram classificados pela equipa internacional, cuja composição é conhecida.
3) Não são conhecidas as avaliações das candidaturas selecionadas, nem o seu número nem as classificações obtidas por todos os candidatos. Importa lembrar que o regulamento dispunha que seriam aprovadas as candidaturas cuja classificação fosse igual ou superior a 7 valores.
4) Esta cerimónia é realizada sem que se tenha observado o tempo necessário ao exercício do direito de audiência prévia de eventuais candidatos excluídos.
Em resumo, o chamado “ministro do rigor” baseia a sua política em processos pouco transparentes, injustos e não sujeitos ao escrutínio público, o que é particularmente grave, pois trata-se do uso de dinheiros públicos.
Esta cerimónia pública tem como objetivo lançar uma cortina de fumo sobre a política de destruição do ensino superior público e da investigação, escondendo uma estratégia que vai lançar centenas de investigadores no desemprego e destruir a qualidade de ensino e investigação que Portugal alcançou ao fim de muitos anos de esforço dos seus investigadores e professores.
A FENPROF apela a todos os investigadores que nos façam chegar toda a informação relevante sobre os seus concursos individuais e disponibiliza-se para apoiar quem queira interpor ações contra as ilegalidades encontradas.
O Departamento do Ensino Superior e Investigação
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