Razao

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13/10/13

Lagardadas



Como vivemos num país governado por foras-da-lei, ao serviço de interesses dos mais ricos, de dentro e de fora, não se estranha que a senhora que está à frente dos interesses dos ricos mais ricos (FMI) perca a vergonha e venha zurzir no nosso Tribunal Constitucional. Já vale tudo, pois os portugueses amocham. Este ataque contra o último baluarte dos interesses do povo português tem objectivos claros: os de poderem roubar ainda mais do que têm roubado. Têm roubado o povo português de todas as maneiras e feitios (aliás como os outros povos europeus, cujos Estados têm servido para pagar as perdas colossais dos ditos “mercados” em 2008). Quem é esta desavergonhada que se arroga a vir zurzir no Tribunal maior de um Estado soberano? E que faz o governo deste pobre Estado? Reage? Ou aplaude? Todos sabemos que, infelizmente, aplaude. E até é bem capaz de encomendar estes discursos. Os actuais governantes portugueses são uns perfeitos paus mandados ao serviço dos interesses dos mais ricos em Portugal e, também, de toda a mafia capitalista fora de Portugal.

Os portugueses têm que perceber que o Tribunal Constitucional é o último baluarte na defesa dos seus interesses. É o guardião do Estado de Direito, em Portugal, como o é o da França ou o da Alemanha. Sem Constituição passaríamos a viver na selva. E estamos muito perto disso, pois, como sabemos, a Constituição, infelizmente, tem sido vilipendiada por quem governa Portugal. Até o Presidente da República, que jurou cumpri-la e fazer cumpri-la a tem violado. Se a Sra. Lagarde viesse falar mal do tribunal constitucional de outro país qualquer, como a França dela, por exemplo, com certeza teria que se demitir no dia seguinte. Como se trata de Portugal, um dos PIGS (porcos em inglês), como lhes chamam anedoticamente os nossos "parceiros" ricos europeus, vale tudo, e até parece ser de bom-tom vir ajudar a anedota do primeiro-ministro Passos do Coelho na sua luta desbragada contra a Constituição do seu povo.

Primeiro, criam-nos uma dívida pública enorme, obrigando o Estado Português a salvar uma banca privada depravada, roubando os portugueses até à exaustão. Este governo teve o desplante de, ainda por cima, vir dizer que isso se deveu ao facto do povo português ter andado a viver acima das suas possibilidades! À conta disso, e sob esta desculpa, caem em cima dos Estado Social. Funcionários públicos e pensionistas passaram a ser os bombos da festança neoliberal pornográfica desta cambada de ignorantes!

A salvação da banca privada portuguesa (e, indirectamente, de certos bancos europeus) criou um défice enorme nas contas públicas. Ou seja, foi criada uma dívida odiosa que fez disparar o défice. Os portugueses, que nada tiveram a ver com isso, foram então chamados a pagá-la sem tugirem nem mugirem. Pagam e não bufam! Os empréstimos que depois foram feitos, sob a batuta da Troika, para “salvar” o país da bancarrota, como eles dizem, não foi mais que uma segunda manobra para virem roubar ainda mais o povo português. Empréstimos feitos a Portugal sob a forma de “ajuda” com juros absolutamente usurários. Um roubo duplo, absolutamente escandaloso, orquestrado sob a égide de PSD e companhia.   

Todos estes filhos da mãe, para não lhes chamar outra coisa, não lhes basta andarem a roubar-nos à tripa forra, como ainda, descaradamente, têm a distinta lata de virem zurzir um organismo que tudo tem feito para evitar os sucessivos atropelos à Constituição da República, cometidos pelos actuais governantes portugueses ao serviço daqueles mesmos interesses. Um fungágá de uma bicharada que tresanda e mete nojo.

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