Na primeira noite, eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores e matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada.
Já não podemos dizer nada.
Primeiro levaram os negros,
Mas não me importei com isso,
Eu não era negro.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas não me importei com isso,
Eu também não era operário.
Mas não me importei com isso,
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis,
Mas não me importei com isso,
Porque eu não sou miserável.
Mas não me importei com isso,
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados,
Mas como tenho o meu emprego,
Também não me importei.
Mas como tenho o meu emprego,
Também não me importei.
Agora estão me levando,
Mas já é tarde.
Mas já é tarde.
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