O grande empresário,
Gasosa e Sobreiro das Américas,
Marca uma audiência com o Sr. Primeiro,
José Galinha de Susa e Rapinas.
Enquanto aguarda encontra,
Cabisbaixo e de face tapada,
O Dr. Armado Varejeira:
- Qual alma alucinada!
O conhecido bancário,
Que virou banqueiro,
Por obra do Santo Otário,
Aos abraços e hospitaleiro.
Dizia-se com papeira,
Ou de pança cheia?
Não percebeu a trapaceira,
Mas sentiu a falta da carteira.
Ao Sr. Primeiro diz aflito,
Não sei como lhe dizer,
Mas minha carteira - carteira com logótipo,
Acabou de desaparecer!
Tenho a certeza de que estava com ela,
Ao entrar na sala de espera.
Depois de mostrar o BI ao sentinela,
De tanto cheia, quase rebentara!
Não quero insinuar nada,
Mas estive com o Dr. Varejeira,
Que aqui na sala ao lado aguarda,
De pança cheia e com papeira.
O Sr. Primeiro, depressa, retira-se,
Regressando com a carteira na mão.
Reconhecendo-a, o empresário regozija-se,
Embora receando grande confusão.
Mas nada de pessoal acontecera,
Entre o Sr. Primeiro e o Dr. Varejeira,
Pois o Sr. Primeiro logo respondeu:
- Não se preocupe! Ele nem Percebeu!..
À noite, com pesadelos,
O Sr. Primeiro suando acordou,
Rodeado de muito camelos,
- Ai que a minha carteira também voou!
Versos de escárnio e mal-dizer, ou sobre outra forma de contar uma anedota (recebida por email), por:
João do Lodeiro
PS: a anedota acima é obra de ficção, quase científica, referindo um Primeiro-Ministro hipotético de um qualquer país das bananas, também ele hipotético. Mais se afirma que as restantes pessoas nela referidas, e seus hipotéticos nomes, são obra de uma imaginação muito fértil, pois nunca poderiam ter existido num país civilizado e num estado de direito democrático.
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