Os resultados das legislativas do passado Domingo, dia 27, não foram uma surpresa. O PSD, com Ferreira Leite a dar tiros nos pés a toda a hora, fazendo uma campanha eleitoral incoerente, dizendo uma coisa e fazendo o oposto, como tem sido apanágio do PSD ao longo dos anos, jamais poderia ganhar as eleições. Nem nós queríamos ser governados à moda salazarenta e avarenta. Era péssimo para o país se os “velhos do Restelo” chegassem ao poder.
Portugal precisa das obras públicas anunciadas. Todas elas. Pois todos sabemos que, ao menos assim, o dinheiro servirá para o progresso do país. Para fazer mexer a economia. As obras anunciadas pecam por serem poucas. Era preciso investir na energia nuclear, sem preconceitos, sem politiquices. Não conseguiremos ter a nossa independência energética de outra forma. Além disso, ao contrário do que se possa pensar, as centrais nucleares não poluem o ambiente e não emitem gazes de efeito de estufa. Só vapor de água. Há o problema do armazenamento dos resíduos nucleares, que têm que ser armazenados durante umas décadas. É certo. Mas isso faz-se. Todos os países desenvolvidos o fazem. Depois há a nossa ligação ao mar. É preciso investir na construção naval e ligar o porto de Sines por via ferroviária à Europa. Há as nossas florestas, abandonadas e esquecidas pelos sucessivos governos. É uma riqueza que temos deixado destruir pelo fogo, pondo em risco a vida e o bem-estar de milhares de portugueses. Há quem enriqueça à custa dos incêndios. Só quem não sai da cidade alfacinha não se apercebe da calamidade. É a falta de visão estratégica, a falta de medidas como as que enumerei, que faz com que Portugal não saia da cepa torta. E não vi um único partido aflorar sequer qualquer um destes problemas. Depois há que lutar em Bruxelas pela implementação da Europa Social. Educação e Saúde de qualidade e gratuita para todos. Os impostos que pagamos são para isso mesmo. Uniformidade de preços na Europa deve conduzir também à uniformidade de salários. Em Portugal, só existe hipocrisia. Salários miseráveis e os preços dos mais elevados de toda a Europa. Não pode ser. Não mintam. E dinheiro não falta. Há milhares de milhões para saldar dívidas da banca corrupta, há com certeza para levar as obras públicas (aeroporto e TGV incluídos) até ao fim. Não se gasta assim, gasta-se na mesma, por ventura em coisas bem mais supérfluas. Cortem nas mordomias de quem governa, nos lucros da banca e das seguradoras, privatizem a EDP e a Galp. É fácil, basta haver vontade política. Os pançudos que paguem mais impostos e os que não pagam, penhorem-lhes os bens e cadeia com eles.
Assim, perante a ausência de propostas convincentes da oposição, o PS lá se aguentou, embora tenha perdido a maioria absoluta. Perdeu-a por estupidez. Pela arrogância desmesurada demonstrada pelos seus líderes. Hostilizou desnecessariamente várias classes profissionais, principalmente a dos professores. Não há reformas que funcionem se não forem chamados a intervir os seus principais interlocutores. Tivemos uma equipa incompetente no Ministério da Educação, que não deixa saudades, apesar de algumas coisas positivas que foram feitas. É certo que, hoje, há mais estabilidade nos quadros das escolas. O problema é que o que foi feito de positivo foi ofuscado pela arrogância e prepotência. E ficaram nódoas que têm que ser urgentemente limpas. O ECD tem que ser revisto, e o injusto e intolerável concurso para professores titulares tem que ser renunciado por quem de direito. Não há qualquer razão, a não ser economicista, para dividir a carreira docente ao meio. Há outras formas mais justas de exigir trabalho e esforço a quem queira progredir nas respectivas carreiras. Não sejam mesquinhos. Pequenininhos.
Portugal precisa das obras públicas anunciadas. Todas elas. Pois todos sabemos que, ao menos assim, o dinheiro servirá para o progresso do país. Para fazer mexer a economia. As obras anunciadas pecam por serem poucas. Era preciso investir na energia nuclear, sem preconceitos, sem politiquices. Não conseguiremos ter a nossa independência energética de outra forma. Além disso, ao contrário do que se possa pensar, as centrais nucleares não poluem o ambiente e não emitem gazes de efeito de estufa. Só vapor de água. Há o problema do armazenamento dos resíduos nucleares, que têm que ser armazenados durante umas décadas. É certo. Mas isso faz-se. Todos os países desenvolvidos o fazem. Depois há a nossa ligação ao mar. É preciso investir na construção naval e ligar o porto de Sines por via ferroviária à Europa. Há as nossas florestas, abandonadas e esquecidas pelos sucessivos governos. É uma riqueza que temos deixado destruir pelo fogo, pondo em risco a vida e o bem-estar de milhares de portugueses. Há quem enriqueça à custa dos incêndios. Só quem não sai da cidade alfacinha não se apercebe da calamidade. É a falta de visão estratégica, a falta de medidas como as que enumerei, que faz com que Portugal não saia da cepa torta. E não vi um único partido aflorar sequer qualquer um destes problemas. Depois há que lutar em Bruxelas pela implementação da Europa Social. Educação e Saúde de qualidade e gratuita para todos. Os impostos que pagamos são para isso mesmo. Uniformidade de preços na Europa deve conduzir também à uniformidade de salários. Em Portugal, só existe hipocrisia. Salários miseráveis e os preços dos mais elevados de toda a Europa. Não pode ser. Não mintam. E dinheiro não falta. Há milhares de milhões para saldar dívidas da banca corrupta, há com certeza para levar as obras públicas (aeroporto e TGV incluídos) até ao fim. Não se gasta assim, gasta-se na mesma, por ventura em coisas bem mais supérfluas. Cortem nas mordomias de quem governa, nos lucros da banca e das seguradoras, privatizem a EDP e a Galp. É fácil, basta haver vontade política. Os pançudos que paguem mais impostos e os que não pagam, penhorem-lhes os bens e cadeia com eles.
Assim, perante a ausência de propostas convincentes da oposição, o PS lá se aguentou, embora tenha perdido a maioria absoluta. Perdeu-a por estupidez. Pela arrogância desmesurada demonstrada pelos seus líderes. Hostilizou desnecessariamente várias classes profissionais, principalmente a dos professores. Não há reformas que funcionem se não forem chamados a intervir os seus principais interlocutores. Tivemos uma equipa incompetente no Ministério da Educação, que não deixa saudades, apesar de algumas coisas positivas que foram feitas. É certo que, hoje, há mais estabilidade nos quadros das escolas. O problema é que o que foi feito de positivo foi ofuscado pela arrogância e prepotência. E ficaram nódoas que têm que ser urgentemente limpas. O ECD tem que ser revisto, e o injusto e intolerável concurso para professores titulares tem que ser renunciado por quem de direito. Não há qualquer razão, a não ser economicista, para dividir a carreira docente ao meio. Há outras formas mais justas de exigir trabalho e esforço a quem queira progredir nas respectivas carreiras. Não sejam mesquinhos. Pequenininhos.
Mas a transferência de votos nestas eleições está longe de ser bem compreendida pelos analistas. Senão vejamos. O único partido que mantém o seu eleitorado é o PCP. Aumenta ligeiramente, com a eleição de mais um deputado, face a 2005. De resto, foi uma dança tresloucada de cadeiras. Muitos eleitores do PS votaram no BE, é certo, mas muitos também se refugiaram no PSD de Ferreira Leite. O PS perde essencialmente para o BE, mas também para o PSD. Por outro lado, muitos eleitores do PSD votaram agora em Sócrates, animados pela política de direita seguida por este. De onde vieram então os votos do CDS-PP? Na sua maioria do PSD. Assim, O PSD manteve aproximadamente a mesma votação de 2005, mas com eleitores diferentes. Tal como o PS. Além de perder muitos, são também muitos os seus novos eleitores. Penso que nunca na vida política portuguesa se assistiu a tamanha mudança de eleitorado.
Surpreendente nestas eleições foi mesmo o resultado do CDS-PP. Pensamos que o PP se prepara para tomar o lugar do PSD. Bem vistas as coisas, não há espaço político entre o actual PS e o PP. Sociais-democratas são os socialistas, desde sempre, pois não há qualquer diferença entre socialismo democrático ou social-democracia. Todos os partidos deste universo político estão na bancada do Partido Socialista Europeu. Só mesmo da cabeça de analfabetos políticos, que pregam aos quatro ventos que são de direita, e sociais-democratas ao mesmo tempo, poderia sair tamanha aberração. Desde quando é a social-democracia de direita? Só mesmo em Portugal. A confusão começou quando o PPD se tornou PSD e aumentou, quando o CDS se tornou PP. É tudo farinha do mesmo saco. Por isso, ou o PSD encontra rapidamente um rumo, ou fica condenado a desaparecer. Portas e Sócrates preparam-se para o desmontar, peça a peça. Lá diz o povo, quem com ferros mata, com ferros morre.
Para finalizar, resta dizer que o BE atingiu o seu auge. Embora o seu líder viesse cantar de galo antes do tempo, perante o cenário político que se vivia em Portugal, o BE só duplicou a sua votação, quando a deveria ter triplicado e ter ficado à frente do CDS. Não aconteceu. E isso é muito mau sinal. Muito do seu eleitorado nestas eleições foi, como todos sabemos, eleitorado de esquerda descontente com o PS. Pessoas como eu. Terá que trabalhar muito para o manter, se é que será possível mantê-lo. Têm que descer à terra e enfiar o seu pseudo-intelectualismo balofo na gaveta. Só assim poderão aspirar a ganhar confiança do eleitorado e consolidar a sua posição no espectro político português. Poderá existir aqui o que poderíamos chamar de síndroma PRD generalizado.
Teremos assim o PS a governar em minoria, a ter que ouvir, a ter que negociar. Temo, pela experiência já demonstrada, que seja missão quase impossível. Este PS não soube ouvir e demonstrou sofrer de autismo. Vamos esperar para ver em que é que tudo isto vai resultar, esperançados, acima de tudo, que Portugal saiba sempre encontrar o seu caminho.
Agora vêm aí as autárquicas. E as surpresas serão mais que muitas...
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