Carminé Nobre, 1909-1949
Carminé Nobre, escritor e jornalista, foi chefe de redacção do jornal "Diário de Coimbra" e, posteriormente, seu director. A homenagem promovida pela Câmara Municipal de Coimbra, ocorreu em Agosto de 2005, tendo sido inaugurada uma rua na zona de Santa Clara, em Coimbra. Dado que o Natureza ainda não existia naquela altura, aqui fica o essencial da homenagem, 4 anos depois.
"Finalmente, a cidade de Coimbra prestou a devida homenagem a um ilustre natural de Vide, Carminé Nobre."
- Palavra nos órgãos de comunicação social que deram destaque às suas elevadas qualidades, como jornalista, escritor, filantropo e amor à sua Vide. No entanto, foi esquecido na sua Terra Natal.
- Palavra nos órgãos de comunicação social que deram destaque às suas elevadas qualidades, como jornalista, escritor, filantropo e amor à sua Vide. No entanto, foi esquecido na sua Terra Natal.
Mas Carminé Nobre destaca-se entre os melhores escritores de Coimbra.
Os seus livros “Coimbra de capa e batina”, 1º vol. em 1937 e 2º vol. em 1946, são, ainda hoje, os que melhor retratam a vida académica coimbrã.
Os seus livros “Três poetas, Eugénio de Castro, Afonso Duarte e Miguel Torga”, em 1947, são os melhores livros bibliográficos, publicados em Coimbra, juntamente, com o livro “Professor Elysio de Moura”, em 1948. O dinheiro da venda deste livro, reverteu, totalmente, para o Asilo de Infância Desvalida.
Na poesia, o livro “Caminhos de Sombras”, 1939, foi dedicado a seus pais.
No jornalismo, Carminé Nobre foi chefe de redacção do jornal “Diário de Coimbra” e os seus artigos publicados, tanto neste jornal, como no Diário Popular, como seu delegado em Coimbra, contribuíram para o surto de desenvolvimento sócio-económico da Beira-Alta. Sobretudo, a sua significativa contribuição para a efectiva abertura da estrada das Pedras Lavradas, eixo viário de Coimbra para a Covilhã e Beira Baixa. No prelo ficaram, jornalismo, “Porta Férrea” e contos, “Valeiros”, sobre temas de Vide. A morte prematura, num trágico acidente de viação em Março de 1949, interrompeu a sua brilhante carreira literária e de jornalista.
Um desabafo se me permitem: até que enfim Carminé! Foi com estas palavras que o seu irmão, meu pai, iniciou o discurso de agradecimento em nome da família:
Carminé Nobre tinha dentro de si, um mundo de sonhos. Sonhos que concretizou na literatura, no jornalismo, com o seu coração à Academia de Coimbra, nas dádivas beneméritas aos pobres e doentes, com o seu Grupo Karminoff, na luta contra a elevada mortalidade infantil, na sua terra natal, Vide, no desenvolvimento regional do interior desprotegido, através do seu Diário de Coimbra, e, especificamente, a Estrada das Pedras Lavradas.
Na sua profunda religiosidade, no livro de poesias “Caminho de Sombras”, Deus disse-lhe, já basta! E levou-o consigo…
De tantos que conviveram com ele, admirando e elogiando este seu mundo de sonhos, recordo as palavras de Vitorino Nemésio, aquando da sua trágica morte: “Carminé Nobre sabia o que era um jornal, por dentro e por fora, e possuía um autêntico talento literário”.
Do poeta do Sertão Brasileiro, Catulo Cearence, na sua dedicatória no livro que lhe ofereceu “Um Boémio no Céu”: “Ao Carminé Nobre, brilhante redactor do Diário de Coimbra”.
De António de Almeida Santos, meu familiar dedicado, impossibilitado de estar presente neste momento: “Os que conheceram Carminé Nobre, seguramente o lembram como um dos melhores – e dos mais espirituosos entre os melhores cronistas da Academia de Coimbra. Acho que é altura de reeditar o livro “Coimbra de Capa e Batina”. Seria um belo complemento da sua homenagem”.
Não posso deixar de “atacar” os que me levaram à luta para conseguir esta vitoriosa homenagem após tantos anos à espera, incompreensíveis ou não, os provocadores, Dr. Alberto Vilaça e o sempre risonho Dr. Mário Nunes.
Mas, as mais significativas palavras neste momento, pela sua beleza afectiva, dimensionada pela grandiosidade do seu amor a Coimbra e aos seus estudantes, estão escritas no prefácio do primeiro volume do seu livro “Coimbra de Capa e Batina” que passo a ler:
Ouvida a sua mensagem, o Carminé, disse-me, neste momento, com a mais elevada emoção e olhando-vos com os seus olhos ainda com a beleza dos seus sonhos: “Nesta nova Corte da Rainha Amor, não estão, hoje, somente os estudantes, mas também outros súbditos, os membros da Comissão Toponímica da Câmara Municipal de Coimbra, juntamente com o seu Presidente, Dr. Carlos da Encarnação. E também, acaba de me dizer, que nesta Corte, estão todos os seus amigos e todo o povo de Coimbra, com quem conviveu, com amor, irreverência e beleza de viver.”
Agora as palavras são minhas:
- Encontramo-nos felizes, a viver nesta homenagem, com duas coincidências, acompanhadas com a surpresa e alegria de Carminé:
A primeira, pelo local, onde se eterniza o seu nome. Local, o mais belo da sua cidade, que tanto amou e que condiz com a grandeza desse seu amor.
A segunda, uma coincidência divina. Precisamente, este local, a sua rua, está junto à Igreja da Rainha Santa Isabel. A Rainha, quando noiva, foi pedida em casamento, pelo nosso Rei D. Dinis, na sua aldeia, Vide, perante os embaixadores do seu pai, D. Pedro II, Rei de Aragão.
Em meu nome, de toda a minha família e, também, de todo o povo de Coimbra, abraços de agradecimentos, aos dedicados ao Carminé Nobre da Câmara Municipal de Coimbra e aos seus vitoriosos desta iniciativa, fortemente apertados pelo feliz e o muito grato homenageado.
Coimbra, 27 de Agosto de 2005,
Carlos Nobre
Carminé Nobre tinha dentro de si, um mundo de sonhos. Sonhos que concretizou na literatura, no jornalismo, com o seu coração à Academia de Coimbra, nas dádivas beneméritas aos pobres e doentes, com o seu Grupo Karminoff, na luta contra a elevada mortalidade infantil, na sua terra natal, Vide, no desenvolvimento regional do interior desprotegido, através do seu Diário de Coimbra, e, especificamente, a Estrada das Pedras Lavradas.
Na sua profunda religiosidade, no livro de poesias “Caminho de Sombras”, Deus disse-lhe, já basta! E levou-o consigo…
De tantos que conviveram com ele, admirando e elogiando este seu mundo de sonhos, recordo as palavras de Vitorino Nemésio, aquando da sua trágica morte: “Carminé Nobre sabia o que era um jornal, por dentro e por fora, e possuía um autêntico talento literário”.
Do poeta do Sertão Brasileiro, Catulo Cearence, na sua dedicatória no livro que lhe ofereceu “Um Boémio no Céu”: “Ao Carminé Nobre, brilhante redactor do Diário de Coimbra”.
De António de Almeida Santos, meu familiar dedicado, impossibilitado de estar presente neste momento: “Os que conheceram Carminé Nobre, seguramente o lembram como um dos melhores – e dos mais espirituosos entre os melhores cronistas da Academia de Coimbra. Acho que é altura de reeditar o livro “Coimbra de Capa e Batina”. Seria um belo complemento da sua homenagem”.
Não posso deixar de “atacar” os que me levaram à luta para conseguir esta vitoriosa homenagem após tantos anos à espera, incompreensíveis ou não, os provocadores, Dr. Alberto Vilaça e o sempre risonho Dr. Mário Nunes.
Mas, as mais significativas palavras neste momento, pela sua beleza afectiva, dimensionada pela grandiosidade do seu amor a Coimbra e aos seus estudantes, estão escritas no prefácio do primeiro volume do seu livro “Coimbra de Capa e Batina” que passo a ler:
Ouvida a sua mensagem, o Carminé, disse-me, neste momento, com a mais elevada emoção e olhando-vos com os seus olhos ainda com a beleza dos seus sonhos: “Nesta nova Corte da Rainha Amor, não estão, hoje, somente os estudantes, mas também outros súbditos, os membros da Comissão Toponímica da Câmara Municipal de Coimbra, juntamente com o seu Presidente, Dr. Carlos da Encarnação. E também, acaba de me dizer, que nesta Corte, estão todos os seus amigos e todo o povo de Coimbra, com quem conviveu, com amor, irreverência e beleza de viver.”
Agora as palavras são minhas:
- Encontramo-nos felizes, a viver nesta homenagem, com duas coincidências, acompanhadas com a surpresa e alegria de Carminé:
A primeira, pelo local, onde se eterniza o seu nome. Local, o mais belo da sua cidade, que tanto amou e que condiz com a grandeza desse seu amor.
A segunda, uma coincidência divina. Precisamente, este local, a sua rua, está junto à Igreja da Rainha Santa Isabel. A Rainha, quando noiva, foi pedida em casamento, pelo nosso Rei D. Dinis, na sua aldeia, Vide, perante os embaixadores do seu pai, D. Pedro II, Rei de Aragão.
Em meu nome, de toda a minha família e, também, de todo o povo de Coimbra, abraços de agradecimentos, aos dedicados ao Carminé Nobre da Câmara Municipal de Coimbra e aos seus vitoriosos desta iniciativa, fortemente apertados pelo feliz e o muito grato homenageado.
Coimbra, 27 de Agosto de 2005,
Carlos Nobre
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