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03/07/09

Europa 2009. E agora?

Verifica-se que a direita é de facto maioritária no PE, o vermelho e o verde são, realmente, minoritários em Bruxelas. Razão pela qual a política dos interesses do capital tem tido sempre preponderância sobre os valores da solidariedade e da justiça social. A Europa Social estará novamente adiada até os europeus perceberem que têm que mudar. Esperemos que não seja tarde demais. Que a ganância do capitalismo europeu, consubstanciado nas políticas das suas multinacionais, levando as suas industrias para a China e para a Índia, explorando a mão-de-obra barata daqueles países, e vendendo os seus produtos a altos preços na Europa, maximizando mais-valias que bem atestam e validam as teses de Karl Marx, sufocando pelo caminho as PMEs europeias, dando azo a que a direita retrógrada europeia, continue a levantar a sua voz na defesa de políticas de baixos salários (baseados na treta da baixa produtividade europeia (pudera!)), na redução dos direitos sociais, na flexibilização dos horários de trabalho, no aumento das idades de reforma, etc. É tudo contrário aos valores políticos da social-democracia e ao pensamento dos homens que construíram a Comunidade Europeia. Se queremos mudar o estado actual das coisas, se queremos efectivamente acabar com a miséria social que se avizinha, há que impor regras aos pançudos, aos vampiros. Há que regulamentar. Há que travar a globalização dos interesses do capital. A globalização que aí está, não serve os interesses dos povos do planeta, em suma, do Homem. É preciso obrigar os países carniceiros, poluidores e esclavagistas, como são muitos dos países asiáticos, a mudar as suas políticas sociais se querem vender os seus produtos na Europa, na América, ou no Japão. Temos mesmo que impor embargos, se preciso for. Fazer regressar as fábricas das multinacionais aos países de origem, se preciso for. Enquanto os direitos sociais e humanos não estiverem globalizados, a globalização é uma fraude à escala planetária que urge combater. Economicamente, seria preferível tolerar monopólios, carteis e toda a espécie de ilícitos económicos que se podem praticar. Tudo áreas em que Portugal se tornou mestre, apesar de por cá sermos maioritariamente de esquerda. Isto se considerarmos o PS de esquerda, o que nos dias que correm é como dizer que as galinhas têm dentes. Mas tudo isto é brincadeira de crianças, comparativamente com as injustiças sociais e económicas que estão a ser geradas pela globalização que por aí se pavoneia pornograficamente. É aqui que reside o problema da economia mundial. Quer queiram quer não. É tão grave, que o problema do fanatismo religioso, que infelizmente nos tem vindo a atormentar, passou, em meu entender, para segundo plano. Provam-no os últimos acontecimentos no Irão. O meu sentimento é que os responsáveis políticos, fechando os olhos e assobiando para o lado, são coniventes com este estado de coisas. Pior, usam-no como pretexto para tentarem continuamente baixar o nível de vida dos europeus, promovendo o enriquecimento dos pançudos em dose dupla. Ignorância ou corrupção? Dito isto, a continuidade das actuais políticas europeias, que se apercebem pela continuidade de Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, é uma péssima notícia para todos os europeus e para o mundo em geral.

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