O programa Apolo teve seis missões que decorreram entre 1963 e 1970. Com alguns acidentes graves, como foi o caso da Apolo 13, teve o seu momento áureo no dia 20 de Julho de 1969 quando, pela primeira vez, o homem caminhou em solo lunar. Todo o programa, principalmente o que conduziu à construção do poderoso foguetão Saturno V, que transportou o módulo de alunagem (Águia) e a cápsula de comando, foi obra de um génio da engenharia aeronáutica, o alemão Wernher von Braun. Enquanto Amstrong e Aldrin desceram na Águia até à lua, aterrando num lugar baptizado como "Mar da Tranquilidade", Collins manteve-se só no módulo de comando na órbita da Lua. Para mim, quando passou pelo lado oculto da Lua, deve ter-se sentido o homem mais solitário de todos os tempos. Quando regressaram ao módulo de comando, a Águia foi desacoplada tendo os três astronautas regressado à Terra no módulo de comando. Relembro que Von Braun foi também o pai das temidas bombas voadoras V-2, que fustigaram Inglaterra entre 1944 e 1945. Preso e deportado para os EUA, cedo demonstrou o seu génio à frente do programa espacial americano, tendo-se tornado Diretor do Space Flight Center da NASA, a 1 de julho de 1960. Lembramos também o papel fundamental que o Presidente J.F. Kennedy teve no apoio ao programa Apolo. Foi um programa essencial da política americana, naquela fase da Guerra Fria. Os americanos queriam ser os primeiros a chegar à Lua, custasse o que custasse, "vingando-se" do feito russo com a Sputnik, que foi o primeiro satélite artificial da Terra, lançado pela União Soviética cerca de 12 anos antes, a 4 de outubro de 1957.
O que se lamenta é que nunca mais houve da parte do Homem a vontade de conquista do espaço, como a demonstrada durante o programa Apolo. Até hoje. Pena que a riqueza produzida seja essencialmente para a satisfação da ganância e ostentação de uma minoria, muito minoritária, da população da Terra. Estamos muito longe da tese de Fukuyama "Fim da História"! É incrível a arrogância com que alguns falam da História da Humanidade. Fim da História? Civilizações tão ou mais poderosas que a actual Civilização Ocidental, nasceram e morreram no passado, tal como outras, Novas, nascerão e morrerão. A História repete-se e os seus ciclos renovam-se. A nossa esperança é que os melhores, os mais sábios, possam chegar ao poder para que, desse modo, nos saibam conduzir a um futuro melhor, como Platão já desejava na Antiga Grécia.
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(1) NOTA: Trigo de Morais, pequena povoação no interior de Moçambique, a 200 km de Lourenço Marques (Maputo) e a cerca de 150 km de João Belo (Xai-Xai), nas margens do rio Limpopo e junto ao caminho de ferro, a meio caminho entre Lourenço Marques e Mabalane, Rodésia, cresceu desde um pequena povoação (Guijá), junto da fábrica de algodão, até à bela cidade que os portugueses deixaram, em apenas 20 anos! Isto sim, chama-se crescimento económico! Trigo de Morais foi também o nome do grande engenheiro agrónomo português, homenageado pela sua magnífica obra no desenvolvimento agrícola dos vastos campos do vale do Limpopo, no distrito de Gaza em Moçambique, nomeadamente a engenharia hidráulica que concebeu para a irrigação dos vastos campos de arroz, algodão, etc. Trabalho que foi completamente desbaratado depois da independência daquela ex-colónia portuguesa. Hoje, penso que Trigo de Morais se chama Chókuè!?
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