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26/04/12

O Carrasco da Escola Pública

Afinal a montanha pariu um rato.

Lamento profundamente ter um dia pensado que Nuno Crato poderia vir a ser um bom ministro da educação. Tudo apontava para isso. Infelizmente, mostra-se uma profunda decepção. Paladino da defesa do ensino privado e elitista, que não consegue disfarçar, vem de mansinho desmantelar a Escola Pública. A diminuição do ensino das artes e, como tal, do castrar da criatividade das crianças portuguesas, demonstra bem a incompetência que orienta o ministério da educação. A matemática e o português, Sr.ministro, são muito importantes, mas não bastam. O aumento do número de alunos das turmas das escolas públicas para 30 alunos, pasme-se, para além da estupidez que encerra, tem um motivo político claro. Esvaziar a Escola Pública. Diminuí-la ao máximo. Esta medida pretende matar dois coelhos com uma só cajadada. Poupar uns cobres e acabar com a Escola Pública. É uma medida tipo chico espertismo, como diria o meu filho, bem mesquinho, bem portuguesinho, a mostrar-se em todo o seu esplendor. Obviamente, tornando a sala de aula ingovernável, os encarregados de educação serão levados a levar os seus filhos para a escola privada. Aqueles que podem, obviamente. Mesmo aqueles que, por convicção, como eu, acreditam na Escola Pública. E querem defende-la. É, também, mais uma afronta aos professores portugueses. Ao contrário do anterior governo, cujos motivos eram puramente economicistas (para além dos motivos psicológicos obscuros de um passado estudantil traumático), este governo aproveita esse meio para poder ir desmantelando a Escola Pública. Por isso a tragédia que para este governo e seus acólitos representa a Parque Escolar. Não digo que não tenha havido abusos e, se os houve, devem ser exemplarmente punidos. Mas é o mal que a coisa em si lhes causa. Porque não reagem da mesma forma contra as tragédias chamadas Lusopontes deste país? 

Penso que esta gente não tem mandato para tal. Nem para isso, nem para muitas das arbitrariedades que têm cometido. Mas demos a palavra à professora Maria do Carmo Vieira que, melhor do que ninguém, mostra a indignação de uma classe que tem vindo a ser muito maltratada pelos últimos governos portugueses. 

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