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13/06/13

A Propósito da Justa Luta dos Professores Portugueses


Muito escrevi acerca deste tema aquando do anterior governo de José Sócrates, retendo este texto

A atitude dos últimos governos portugueses para com esta classe, que devia ser acarinhada e valorizada em vez de constantemente afrontada e enxovalhada, já passou todas as marcas. Se há maus professores, aumentem a exigência para a entrada e permanência na carreira. Reformem de forma séria e não brinquem com a educação do povo português. Os professores agradecem. A Escola, os alunos e os portugueses também. Mas não da forma incompetente imposta por este e pelo anterior governo. Assim nunca!

Anteriormente, no tempo de Sócrates, parecia haver da parte de quem governava um claro problema psicológico mal resolvido, que levou a apresentação de medidas absolutamente injustas, como foi o caso dos professores titulares, e muitas outras propostas desenhadas por parte de uma ministra e de secretários de Estado absolutamente incompetentes, alguns com curricula muito duvidosos. Aliás, na minha modesta opinião, foi a afronta aos professores que levou o PS à perda da sua maioria absoluta e, posteriormente, como consequência indirecta, à subida ao poder do governo pavoroso que aí está. À cambada de palhaços mentirosos que nos governa. Gente visceralmente anti-social, para além de incompetente. Gente saudosista de um passado recente que foi, provavelmente, o mais negro da História de Portugal. Um regime fascista que manteve o povo português durante décadas na mais profunda ignorância, para que melhor pudesse subsistir no poder. Formas de poder agora decalcadas, no pior sentido, aliás, onde até os tiques do ditador foram copiados pelo actual primeiro-ministro. Mas pior. Para além deste gravíssimo problema político, sobre a cúpula deste governo recaem as mais profundas suspeitas de corrupção. Seja no caso dos submarinos, com a justiça alemã incompreensivelmente a esconder as teias da corrupção tecidas em Portugal (será por causa do envolvimento do actual Presidente da Comissão Europeia?), até ao caso da Tecniforma gerida pela dupla Passos-Relvas, onde fundos europeus que deviam ter sido usados no desenvolvimento do nosso país foram desviados através de esquemas de acções de formação fantasmas. Enfim. O povo português parece estar entregue ao verdadeiro fungágá da bicharada. 

Mas se o anterior governo era mau, este é péssimo e até inqualificável. O único fito desta gentalha é enfraquecer e destruir o Estado Social pobrezinho que Portugal desenvolveu nas últimas décadas. Esta cruzada, por pura ignorância e preconceito, tem a sua maior prova no ataque sistemático, mesquinho, tacanho e vil contra os seus funcionários. A descriminação a que os funcionários do Estado têm sido sujeitos, face aos do sector privado, é a todos os títulos inqualificável. Neste sentido tem este governo atropelado à tripa forra a Constituição da República, com a anuência e o apoio desenvergonhado do Presidente da República que jurou cumpri-la e fazê-la cumprir. Uma vergonha que terá que ficar gravada, pelos piores motivos, na História do nosso país. Afinal, temos um governo a governar fora-da-lei para deleite de uma direita retrógrada e saudosista. Isto jamais será esquecido e os bois têm que ser chamados pelos nomes. Não ficarão impunes.

Nesta cruzada anti-Estado e anti-social vem novamente o governo atacar os professores enquadrado, não por uma vontade de melhoria no sector, mas para pura e simplesmente desmantelar a Escola Pública e transferir recursos de todos para o sector privado de qualidade duvidosa. E a Escola Pública tem dado muito boa conta do recado, apesar dos parcos recursos, se compararmos os seus feitos com todas as outras actividades, incluindo as relacionadas com as grandes empresas de todos os sectores de actividade, públicos e privados. Tomáramos nós que as maiores empresas portuguesas estivessem a competir no mercado internacional com as suas congéneres, ao nível que o fazem as Universidades e os Centros de Investigação públicos portugueses. Tomáramos nós! Através da sua acção têm nascido muitas empresas inovadoras. Neste contexto, algum crédito tem que ser dado ao anterior governo, ao contrário deste que quer destruir tudo isso. É por isso criminoso que deixemos a escumalha que nos governa continuar nesta senda miserável, destruindo o pouco que com tantos sacrifícios foi construído no pós-25 de Abril. Haja bom-senso.

Dadas as medidas que foram tomadas contra os professores, onde ressalta essa pérola da mobilidade especial, decidiram estes, e muitíssimo bem, declarar greve. Obviamente que, tendo o governo proposto estas medidas no fim do ano (propositadamente?), não restou outra alternativa aos sindicatos senão marcarem greves às avaliações. É evidente que agora só há avaliações, não há aulas! Isto demonstra uma de duas coisas. Ou foi uma afronta propositada ou trata-se, uma vez mais, de uma demonstração de incompetência de quem nos governa. Ou queriam que os professores fizessem as suas greves nas férias em Agosto? Com certeza que o governo ficaria satisfeitíssimo com essa solução. Não tenho dúvidas. Mais, diria eu, estúpidos seriam os professores se não fizessem greves para os dias em que estas possam ter o maior dos impactos. Que eficácia pode ter uma greve se não afectar profundamente a sociedade? Que eficácia poderá ter de outra forma? Se há que lutar por direitos fundamentais, todas as formas de luta são admissíveis. De outra forma seria brincar às greves para gáudio da gentalha que está a roubar o futuro dos professores e, dessa forma também, o dos homens de amanhã. Se há direitos fundamentais desta classe postos em causa, não culpem os professores que lutam por eles, mas condenem veementemente os governantes trogloditas que as impõe, alicerçados em preconceitos políticos muito duvidosos. Diz esta gentalha que a Escola existe somente para os alunos. Muito bem. E pode ela existir sem  professores? Eis a questão. Não me admiro nada que para a Escola Pública desenhada por esta gentalha, qualquer professor possa servir. Eles levam os seus filhotes, egoístas, para as privadas. Resta-nos a satisfação que, a nível superior, não há escola privada de jeito que lhes valha, caso desejem enveredar por Ciências maiores. A não ser em áreas de baixo investimento. Os privados não gostam de usar o seu dinheiro para o bem comum. Esta gentalha parece que não percebe isso.

Mas, depois de toda a trapalhada arranjada por este governo, que viu a comissão arbitral negar os serviços mínimos relativos à greve dos professores marcada para o próximo dia 17 de Junho, vêm a terreiro vociferar que os exames mantêm-se nas datas previstas. A tal teimosia que bem tipifica a sua forma de pensar. Muito bem. Terão a resposta que a sua estupidez merece. Mas, pior. Andam agora a convocar os professores de forma quase individualizada, pasme-se, esquecendo-se que o direito à greve é um direito constitucional inalienável. Mais uma vez a forma caciqueira, salazarenta, parece vir ao de cima. Nada nem ninguém os impede de governar fora-da-lei. Com absoluta arrogância. Nem o arrogante do Sócrates chegou tão longe. BASTA! Há muito que estão ilegais. Esperemos que os professores não se deixem intimidar por estas campanhas e manobras e que lhes dêem a resposta que merecem. Faço votos para que a resposta seja tal que não lhes reste outra alternativa que não seja a do olho da rua!

A Bem de Portugal.

25 de Abril Sempre!

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