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13/10/12

Um País de Pernas para o Ar


Só não vê isto quem não quer ver. Será tudo isto o assassinato da III República?

O hastear da bandeira de pernas para o ar no dia comemorativo da implantação da República, no passado dia 5, deve, ao contrário do que se pensa e do que se disse, constituir um imenso motivo de indignação para todos os portugueses e para a República Portuguesa. Ao contrário das palavras apaziguadoras do ex-Presidente General Ramalho Eanes, este triste acontecimento deverá merecer da parte dos portugueses toda a atenção e toda a indignação. Noutra situação, noutra altura, este facto poderia perfeitamente ser desculpável e poderíamos até dizer que acontece aos melhores. Poderíamos até brincar e achar cómica a situação. No quadro actual da situação política e socio-económica portuguesa, em que o actual governo de cachopos mergulhou Portugal, apesar de querer atribuir as suas culpas a terceiros, este facto é indesculpável e de quadrupla indignação. É trágico! Por isso nos deve merecer toda a atenção. JAMAIS O DEVEMOS ESQUECER! Esta imagem terá que ficar na História como exemplo vivo de uma classe política decadente e desrespeitadora da República Portuguesa e da sua Constituição. É um verdadeiro sinal dos tempos que, sinceramente, não parece ser obra do acaso. E explico porquê.

Primeiro pela forma abjecta como o actual governo trata a República. 
Além de incompetente, despreza-a. É por todos sabido que o orçamento de estado para o ano em curso estava carregado de inconstitucionalidades e de afrontas aos princípios mais básicos da nossa República. Governo e Presidente da República desprezam-na da forma mais profunda e indesculpável possível. Até se arrogam ao direito de acabar com o feriado do 5 de Outubro (e da nossa independência reflectida no 1 de Dezembro), símbolos maiores da nossa República. Mas com que direito? Com que mandato? Não deveriam ser estas decisões, de pura insanidade política, alvo do escrutínio do povo português? Mas quem se julgam ser estes trogloditas? Deuses? E porque não acabaram com o 10 de Junho, símbolo maior do Estado Novo? PORQUÊ? Diria que no seu intimo, os actuais governantes estão mais perto do fascismo e da monarquia do que da democracia e da República. Só não vê isto quem não quer ver.

Segundo, porque os dois principais trogloditas do actual governo estiveram ausentes das cerimónias, mostrando bem a todos os portugueses a importância que atribuem ao dia da República Portuguesa. Não são dignos dela e, por isso, devem ser banidos. Ao contrário do que propalam, dizendo que foram legitimamente eleitos pelo povo português, retorquímos que é falso. Foram eleitos porque basearam toda a sua campanha eleitoral num cardápio de mentiras. O seu programa eleitoral é uma anedota de mau gosto. Mais. Se Portugal está sob ajuda externa, não retirando responsabilidades ao anterior governo irresponsável, não nos podemos esquecer que tal facto se deve ao seu puro oportunismo político quando inviabilizaram o chamado PEC 4. Quantos PECs já estes senhores nos impuseram, bem mais duros do que aquele? Quantos? Foram eleitos mentindo descaradamente ao povo português e, por isso, a legitimidade política, que por ventura teriam devido ao voto popular, perdeu-se. Ponto final. Só não vê isto quem não quer ver.

Terceiro, impediram o acesso do povo às cerimónias, escondendo-se atrás de barreiras policiais com medo e vergonha do povo que governam! Uma vergonha bem lembrada por outro ex-Presidente da República, o Dr. Mário Soares, que se recusou a estar presente em tal ultrajante cerimónia. Uma autêntica vergonha. Vergonha é coisa que, pelos vistos, não tem o actual Presidente da República. Uma nódoa que urge limpar porque, sendo o garante da Constituição da República Portuguesa, nada tem feito para a proteger, antes sendo cúmplice das políticas dos trogloditas que nos governam. Então este senhor está de acordo com o fim do dia em que se comemora, também, o lugar que ele próprio ocupa? Pior. Tem sido o exemplo maior do hipócrita perfeito.  A sua actuação política tem sido esta: atirar areia para os olhos dos portugueses. Só não vê isto quem não quer ver.

Quarto, pela política de empobrecimento à força de todo um povo, deixando intactos todos os grandes interesses económicos e de parasitismo do Estado Português. Muitos deles de origem estrangeira. No actual governo pululam seres sem qualquer legitimidade política, verdadeiros mercenários e testas de ferro de bancos de investimento estrangeiros. São, assim, traidores no verdadeiro sentido da palavra e, por isso, deveriam ser julgados e condenados. Uma actual política que ultraja, não só a democracia e o Estado de Direito, mas os mais básicos princípios do ser republicano e do ser português. Só não vê isto quem não quer ver.

Resumindo, sabemos de cor ao que vêm estes senhores! Por isso, não devemos ter qualquer receio de tratar esta gentalha com o desprezo e o desdém que, efectivamente, merece. Se não se vão embora a bem, terão que ir a mal! 

VIVA PORTUGAL. VIVA A REPÚBLICA!




Mas há quem ande atento aqui, ali, alguém lembrando que a bandeira ao contrário significa território ocupado pelo inimigo, ou alguém que nos faz ver tudo de pernas para o ar, ou a nojice da coisa, ou o fim da III República, ou quem anda sempre mesmo de pernas para o ar, que vê literalmente o mundo ao contrário não percebendo que ao pé destes Sócrates era um santo, enfim, e com enorme humor, são alguns exemplos dos 505000 (!) artigos de blogue relacionados com as cerimónias do 5 de Outubro, listados pelo Google. Afinal, pergunto, perante tanta gente informada como é que este governo ainda não caiu?

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