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13/07/11

Auditoria à Dívida Portuguesa Já!

É urgente fazer uma auditoria à dívida pública portuguesa. É urgente saber qual o montante da chamada "dívida odiosa". Aquela que os tais chamados de "mercados" não querem ouvir falar. Isto porque foi dívida contraída em nome dos cidadãos portugueses para satisfazer interesses dos quais eles não usufruem ou usufruíram. Interesses muitas vezes obscuros e até criminosos. Por exemplo, qual o montante da dívida relacionada com os estádios e a realização do Euro2004? Qual o montante da dívida injectada no BPN? E no BPP? A Grécia comprou 5 submarinos por mil milhões de euros. A mesma quantia só chegou para pagar 2 em Portugal?! Negócio absolutamente ruinoso para Portugal, cujos contornos não são sequer conhecidos, quando a empresa que geria os contratos na Alemanha está a braços com a justiça por pagamento de luvas? E muitos outros casos poderiam ser citados. Todos têm que ser averiguados em profundidade. Dívidas com as quais todos os partidos da esfera do poder em Portugal têm, provavelmente, responsabilidades. Por isso PS, PPD e PP não querem ouvir falar deste assunto. Mas o povo quer. E tem que exigir. E tem que dizer: Não pagamos! Que os paguem os seus responsáveis.

Retrocesso civilizacional é a consequência das políticas criminosas do neoliberalismo que hoje comanda o mundo. É preciso dizê-lo bem alto.

Como dizia um economista conhecido, é imoral pagar dívidas imorais. Principalmente quando esse pagamento atira para o lixo, literalmente, povos inteiros, como está a acontecer com os gregos neste momento. E acontecerá com os portugueses não tarda, se os nossos governantes continuarem a fazer o papel de meninos bem comportados e obedientes. Subservientes até! Nos países em que foram implementadas as medidas de austeridade do FMI (o BCE tem tido atitudes mais perigosas que o próprio FMI!!!), até uma diminuição da esperança de vida dos povos se registou. As pessoas preferem comprar comida, em vez dos medicamentos que necessitam para viver. Não dá para as duas coisas... Isso aconteceu com os argentinos e os equatorianos no passado. Após lutas sociais intensas, estes souberam dar a resposta certa aos ditos "mercados": não pagamos! O caso do Equador é paradigmático. Após uma auditoria à dívida do país por uma comissão de 18 economistas independentes, alguns dos quais economistas de renome mundial, e 4 organizações nacionais, que concluiu que 70% da dívida era ilegítima, o actual Presidente do Equador, o economista Rafael Correa, declarou que não pagaria esta parte da dívida equatoriana. O resultado imediato foi que muitos detentores da dívida tentaram "despachar" imediatamente os títulos que tinham em seu poder a cerca de 20% do seu preço. Sem mais, o governo ordenou a compra de todos os títulos que se conseguissem comprar. Com 800 milhões compraram 3.000 milhões. Isto levou a uma queda drástica da dívida do país. Depois de 80% do petróleo, recentemente descoberto no país, estar a ser canalizado para o pagamento da dívida, em detrimento do bem estar da sua população, Correa inverteu estes números. Hoje, mais de 80% da riqueza do país é investida na saúde, educação, obras públicas e criação de emprego. Os equatorianos recuperam a alegria e hoje vivem bem mais felizes do que nas décadas anteriores, preenchidas com a austeridade ignóbil da dividocracia imposta pelos interesses dos tais dos “mercados”. Interessados, obviamente, em enriquecer mais e mais à custa do sangue dos povos.

Não podemos deixar que o FMI, BCE e UE, as faces visíveis da corrente neoliberal criminosa que comanda o mundo, nos atirem, literalmente, para o lixo. Se queremos sobreviver e viver condignamente, como um povo que faz jus à sua História, teremos que dar o exemplo na Europa. Por isso, devemos pagar o que efectivamente devemos, como povo que sabe honrar os seus compromissos, mas jamais pagar as negociatas dos senhores dos “mercados”.

Auditoria à Dívida Portuguesa Já!

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