Razao

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08/02/11

E Parvos Nós Não Somos...

Escrevi aqui ao meu amigo Paco, felicitando-o pela coragem e incentivando-o a continuar, apesar da censura a que tem sido votado. Ora, não seria justo se daqui não lançasse também um forte abraço aos Deolinda, pedindo-lhes que também eles não esmoreçam. Que tenham coragem e não deixem que vos calem. Ambos ficaram no meu coração, porque, finalmente, ele se apercebe que afinal há quem pense como nós.

A nossa sociedade está a precisar de um abanão. Isto não vai lá com mais do mesmo, defendido pelos Velhos do Restelo, como Medinas e outros, vendidos aos interesses dos sacro-santos mercados da vergonha. Eles que acham que devemos continuar a dobrar a espinha e a deixar que nos comam os ossos, pois, segundo eles, não temos outro remédio. Não. Não nos podemos conformar com estes fazedores de opinião e com estes políticos da treta. É preciso dizer basta! Não podemos suportar mais a incompetência que governa a Europa. Uma Europa vendida aos interesses de entidades supranacionais a que chamam de mercados. Multinacionais do capitalismo selvagem, do branqueamento de capitais, do tráfico de armas, de droga e de seres humanos. Mercados que à custa de outra aberração a que chamaram de globalização, dos interesses, obviamente, para maximizarem os seus lucros pornográficos, que até fariam corar Marx, escravizam asiáticos e roubam o pão aos Ocidentais. Uma União Europeia que defende estes interesses, é uma União decadente, sem futuro. É uma Europa doente. O problema está tão enraizado que temo não podermos resolve-lo sem uma verdadeira revolução. Porquê?

Simplesmente porque a história nos diz. Os ciclos repetem-se. Dialéctica não é uma palavra vã. Hegel já o provou. Ou julgam que estão a inventar a roda, de tanta soberba que têm? E cometeram um grave erro. Ao não deixarem cair os tais dos mercados, injectando o nosso dinheiro na sua salvação, em vez de o terem injectado na economia, sacrificando-nos ainda mais, para salvar quem cometeu tanta trafulhice financeira, e mais alguma, salvaram um monstro gigante insaciável. Agora, que foi salvo, vem de mansinho comer quem lhe deu a mão. Que outra solução têm os povos senão a revolta contra este monstro e os seus defensores? É mesmo uma questão de vida ou de morte. Ou ele ou nós!

Estou de acordo com a minha amiga Joana Lopes, e com ela comungo a esperança de que os gritos de liberdade e pela dignidade humana, que são gritados bem alto no Norte de África, primeiro na Tunísia e agora no Egipto, sejam seguidos na Europa. Que todos se lembrem, bem alto:

Que parvos que somos por nos permitirmos viver num "mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar..."!

E indignem-se!


"Parva que sou" - Deolinda
Música e letra: Pedro da Silva Martins
Sou da geração sem-remuneração
e nem me incomoda esta condição...
Que parva que eu sou...
Porque isto está mau e vai continuar
já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou....
e fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...
Sou da geração casinha-dos-pais
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou...
Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou...
e fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...
Sou da geração vou-queixar-me-pra-quê?
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou...
Sou da geração eu-já-não-posso-mais-Que-esta-situação-dura-há-tempo-de-mais!
e parva eu não sou!!!
e fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...
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PS: A Alemanha acaba de fazer saber que Moubarak será bem vindo, no caso do ditador decidir lá exilar-se!

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