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20/07/09

40º Aniversário da Apolo 11

Comemora-se hoje o 40º aniversário da alunagem da Apolo 11. Para a posteridade ficou a célebre frase de Neil Armstrong quando pisou o solo lunar: "é um pequeno passo para o homem, mas um gigastesco passo para a Humanidade". Sem dúvida! Recordo-me de ter seguido pela rádio, passo a passo, esta magnífica viagem, pois na bela cidadezinha de Trigo de Morais(1) não havia televisão.



O programa Apolo teve seis missões que decorreram entre 1963 e 1970. Com alguns acidentes graves, como foi o caso da Apolo 13, teve o seu momento áureo no dia 20 de Julho de 1969 quando, pela primeira vez, o homem caminhou em solo lunar. Todo o programa, principalmente o que conduziu à construção do poderoso foguetão Saturno V, que transportou o módulo de alunagem (Águia) e a cápsula de comando, foi obra de um génio da engenharia aeronáutica, o alemão Wernher von Braun. Enquanto Amstrong e Aldrin desceram na Águia até à lua, aterrando num lugar baptizado como "Mar da Tranquilidade", Collins manteve-se só no módulo de comando na órbita da Lua. Para mim, quando passou pelo lado oculto da Lua, deve ter-se sentido o homem mais solitário de todos os tempos. Quando regressaram ao módulo de comando, a Águia foi desacoplada tendo os três astronautas regressado à Terra no módulo de comando. Relembro que Von Braun foi também o pai das temidas bombas voadoras V-2, que fustigaram Inglaterra entre 1944 e 1945. Preso e deportado para os EUA, cedo demonstrou o seu génio à frente do programa espacial americano, tendo-se tornado Diretor do Space Flight Center da NASA, a 1 de julho de 1960. Lembramos também o papel fundamental que o Presidente J.F. Kennedy teve no apoio ao programa Apolo. Foi um programa essencial da política americana, naquela fase da Guerra Fria. Os americanos queriam ser os primeiros a chegar à Lua, custasse o que custasse, "vingando-se" do feito russo com a Sputnik, que foi o primeiro satélite artificial da Terra, lançado pela União Soviética cerca de 12 anos antes, a 4 de outubro de 1957.

O que se lamenta é que nunca mais houve da parte do Homem a vontade de conquista do espaço, como a demonstrada durante o programa Apolo. Até hoje. Pena que a riqueza produzida seja essencialmente para a satisfação da ganância e ostentação de uma minoria, muito minoritária, da população da Terra. Estamos muito longe da tese de Fukuyama "Fim da História"! É incrível a arrogância com que alguns falam da História da Humanidade. Fim da História? Civilizações tão ou mais poderosas que a actual Civilização Ocidental, nasceram e morreram no passado, tal como outras, Novas, nascerão e morrerão. A História repete-se e os seus ciclos renovam-se. A nossa esperança é que os melhores, os mais sábios, possam chegar ao poder para que, desse modo, nos saibam conduzir a um futuro melhor, como Platão já desejava na Antiga Grécia.

Os três astronautas da missão Apolo 11, da esquerda para a direita, Buzz Aldrin (águia), Michael Collins (módulo de comando), and Neil Armstrong (águia). À direita Chris Kraft director da NASA Johnson Space Center. Fotografia tirada no Domingo, 19 de Julho de 2009, no National Air and Space Museum, em Washington. Os quatro foram oradores no Museu John H. Glenn para a História do Espaço (Foto Nasa).
John Glenn Lecture Series 40th Anniversary of Apollo 11.


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(1) NOTA: Trigo de Morais, pequena povoação no interior de Moçambique, a 200 km de Lourenço Marques (Maputo) e a cerca de 150 km de João Belo (Xai-Xai), nas margens do rio Limpopo e junto ao caminho de ferro, a meio caminho entre Lourenço Marques e Mabalane, Rodésia, cresceu desde um pequena povoação (Guijá), junto da fábrica de algodão, até à bela cidade que os portugueses deixaram, em apenas 20 anos! Isto sim, chama-se crescimento económico! Trigo de Morais foi também o nome do grande engenheiro agrónomo português, homenageado pela sua magnífica obra no desenvolvimento agrícola dos vastos campos do vale do Limpopo, no distrito de Gaza em Moçambique, nomeadamente a engenharia hidráulica que concebeu para a irrigação dos vastos campos de arroz, algodão, etc. Trabalho que foi completamente desbaratado depois da independência daquela ex-colónia portuguesa. Hoje, penso que Trigo de Morais se chama Chókuè!?

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